quarta-feira, 26 de setembro de 2012

RENATO RUSSO - BIOGRAFIA





Renato Manfredini Júnior ou Renato Russo, como era mais conhecido, não foi apenas mais um músico que passou pela música popular brasileira. Sobrevivente da explosão de músicos dos anos 80, foi e ainda é símbolo para os adolescentes. Isso porque traduzia nos seus versos as emoções dessa época tão inquieta.


Compôs todas as letras da Legião Urbana e diante do público mostrava-se o líder da banda. No palco tinha enorme habilidade para passar suas mensagens para os jovens brasileiros, que faziam de suas palavras uma ordem.




Os temas abordados por Renato nas letras de músicas eram bem variados. Falava de amor como ninguém em músicas como Eduardo e Mônica, de política como em Geração Coca-Cola e da própria doença como em Via Láctea. Enfim, Renato sabia expressar suas opiniões, que por mais extremadas, ou às vezes ingênuas, que fossem, se identificavam nos corações dos jovens. Talvez, esse era o segredo de sua popularidade.



A Aids, doença fatal em sua vida, foi descoberta ainda em 1989, mas só foi manifestada no ano de sua morte, em 1996. Quando começou a tomar o coquetel de AZT, ele já estava em fase terminal. Uma forte depressão veio em seguida e mesmo com todos os sintomas da doença, concluiu o último álbum A Tempestade, nas lojas três semanas antes de sua morte.



Perdeu 20 quilos dos 65 que tinha e por conta disso, se recusou a posar para as fotos de divulgação do disco. Passou suas últimas semanas em casa e diante da próprio fim, tirou sua conclusão: "O sucesso faz aparecer muita gente em volta de você. Empresários, artistas. Mas me sinto só".



O artista rebelde

Grande parte do fascínio que Renato exercia sobre o público, vinha de suas atitudes que marcaram a carreira da Legião Urbana. Na primeira apresentação do grupo, formado em Brasília, Renato Russo ficou transtornado com o quebra-quebra que aconteceu no show e acabou xingando a platéia. Em outro show, em 1990, Renato desmaiou no palco, fazendo a banda cancelar suas outras apresentações.

Na verdade, Russo teve uma história mais atribulada que as letras de suas músicas. Desde a adolescência tinha sérios problemas com o cosumo excessivo de àlcool, chegando a freqüentar sessões dos Alcoólatras Anônimos. Em seus períodos de abstinência, repreendia os amigos que bebiam na sua frente, mas sempre acabava recorrendo ao copo escondido.

A vida sexual do músico também foi ponto de polêmica. Até 1989, declara-se heterossexual. Levava fãs para os quartos após as apresentações e namorava mulheres como a atriz Denise Bandeira. A surpresa veio no ano seguinte, quando Renato declarou-se homossexual. Confessou que sempre teve atração física por homens e escondia isso por causa da família e da sociedade.

O artista família

Renato Russo teve um filho, Giuliano . O músico nunca revelou o nome da mãe do garoto, com quem tivera apenas um relacionamento rápido. Ela seria uma modelo paulista que morreu em acidente automobilístico.

Giuliano sempre morou com os pais de Renato Russo, em Brasília. Ele visitava o filho a a cada três meses e ficava constrangido quando Giuliano chamava os avós de pai e mãe. "É como se eu fosse o irmão mais velho", contou em entrevista à jornalista Maria Helena Passos.

Apesar da Legião despontado em Brasília, Renato só foi pra lá aos 13 anos. Nasceu na Ilha do Governador no Rio de Janeiro, e dos 7 aos 10 anos, morou em Nova Iorque. Foi monitor e professor de inglês na Cultura Inglesa. Fez jornalismo mas abandonou a faculdade, quando deu origem ao Aborto Elétrico, a banda-embrião da Legião Urbana.

Após se estabelecer como uma referência nacional, em 1994 Renato Russo começa seu trabalho solo. Stonewall Celebration é todo cantado em inglês. Em 95, lança Equilíbrio Distante, no qual canta em italiano. O Último Solo, em 1997, foi um lançamento póstumo.

Autenticidade e carisma talvez definissem Renato Russo. Ele deixou uma legião de fanáticos e alguns dos hinos da geração roqueira dos anos 80. Mesmo para aqueles que não viveram o tempo de Renato Russo, canções como Será, Tempo Perdido, Pais e Filhos e uma dezena de outras são conhecidas pelo público, sejam jovens adolescentes de hoje, ou trintões que nos anos 80 tiravam suas lições de vida com Renato Russo.
  

Ele deixou palavras, ensinamentos e lembranças para uma geração que aprendeu a ver o mundo de uma forma diferente através de seus versos. Talvez, esse jeito desajustado de Renato o fez um ídolo por se identificar com essa geração Coca-Cola. E no fundo, onde o poeta estiver, ele deve agradecer esse carinho do público. Como ele mesmo disse na música Via Láctea "(...) obrigado por pensar em mim".

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